quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O correto é o amor!

Hoje parece que me dei conta de que existe um conflito constante entre o amor e a razão... ta certo, eu já sabia que ele existia... mas quero dizer parece que ficou mais claro (pelo menos pra mim!) que em certos momentos, e quem sabe na maioria ou até em todos os casos, para amar é preciso abrir mão, até certo ponto, dos nossos conceitos particulares de justiça e do que é correto.

Deixe-me explicar: amar significa fazer algo concreto por alguém a quem amamos. Significa fazer algo que vá de encontro com aquilo que a pessoa amada precisa. Entretanto, nem sempre aquilo que vamos fazer irá agradar a todos os olhos, arrisco a dizer que de fato nunca seremos capazes de agradar a todos com nossa atitude de amor. Quer ver um exemplo? Imagine que alguém esteja passando por uma necessidade e então você decide dar do seu dinheiro para ajudar essa pessoa. Um gesto de amor. Contudo, haverão aqueles que irão dizer que essa pessoa encontra-se nessa situação por sua própria culpa. Talvez no passado ele não se empenhou o suficiente ou utilizou de maneiras ilícitas para ganhar a vida e que nesse momento está colhendo os frutos daquilo que plantou. Essas pessoas defendem que é justo o que a pessoa está passando e assim se eximem da responsabilidade de ajudar.

Ora, isso realmente é possível. Entretanto o amor leva em consideração que todos merecem uma nova chance, sempre. Amar significa dar sem esperar receber em troca. Sua motivação não é o merecimento da pessoa que é amada e sim a própria atitude de amor daquele que ama. Acontece que essa disposição incondicional de amar parece contradizer nossa noção de justiça.

Vejamos outro exemplo, agora um caso real que aconteceu comigo. Recebi um email de um amigo solicitando ajuda para um irmão que desejava ir para a Índia para um trabalho missionário de dois meses. O valor total necessário para essa viagem seria de R$5.000,00 sendo que R$4.000, somente para a passagem. Qual foi o meu primeiro pensamento? Que atualmente existem ministérios que auxiliam missionários nativos na Índia. Custa somente R$240,00 para manter o trabalho de um missionário indiano durante um mês. Seria mais “correto” enviar o dinheiro para esse ministério ao invés de contribuir para alguém atravessar o mundo para evangelizar na Índia.

O que eu não consegui perceber no primeiro momento foi o chamado de Deus na vida dessa pessoa que estava pedindo o auxílio. Afinal os frutos desse investimento não serão apenas os dois meses de trabalho missionário na Índia. A vida desse brasileiro será com certeza transformada com base na experiência que ele irá vivenciar lá, nas pessoas e nas novas realidades que ele irá conhecer. Quando ele voltar ao Brasil talvez poderá influenciar muitas e muitas pessoas com base no seu testemunho. Você percebe como minha noção de certo e errado foi mais alta que a visão de amor?

Exemplos como esse se repetem dia após dia em nossas vidas. Jesus vivenciou situações como essa diversas vezes e sempre demonstrou que o amor deveria estar em primeiro lugar. Certo dia os judeus trouxeram a ele uma mulher apanhada em adultério e perguntaram-no o que deveriam fazer. A lei daquela época determinava que a pena para tal tipo de crime era a morte. Isso seria o correto, o justo. O que Jesus fez? Mandou que a lei fosse cumprida sumariamente? Ou então descumpriu e aboliu totalmente essa lei? Não! Jesus ordenou que aquele que estivesse sem pecado atirasse a primeira pedra. A resposta de Jesus fez com que cada um dos presentes, até então cheios de raiva, fossem obrigados a olhar para si e ver seus próprios erros ao invés dos erros do outro. E assim aquela mulher teve uma nova chance. O amor de Jesus por ela deu-lhe uma nova chance. As palavras finais de Jesus foram: - Mulher, onde estão os teus acusadores? Eu também não te condeno. Agora vá e não peques mais.

Trata-se de um tremendo exemplo de amor que, em uma primeira olhada, parece descumprir o que é justo. Entretanto ao olharmos mais a fundo veremos que na verdade a verdadeira justiça manifesta-se apenas no amor incondicional. Por isso dizemos que o correto é o amor! Que possamos todos nós substituir nossa visão de justiça implacável por uma visão de amor.

T+

lauter.linux

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